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Maria João & Mário Laginha



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Maria João & Mário Laginha

Sete Facadas

作詞:Jerry Vance, John Cale, Lou Reed, Terry Philips

Ã'xente vou lhe contar e pronto
Bem que eu não queria, ou talvez inté quisesse
Uma coisinha me soprando nos ouvidos

Prá eu não falar muito, prá falar
Prá não falar nada, prá mim calar de
Mas você aí insistindo, me perguntando

Me deixando doidinho das ideia
E olhe xente vou mesmo lhe contar
E pronto vamos deixar de entrementes
E entreguemo-nos aos finalmente de uma vez

Eu não sei, nem quero lá saber
Quem esfuracou o sacuri adoniram
Naquela noite de 9 de janeiro de 1900 e tal
No bar do portuga serafim

Só sei que o adoniram guinchando feito
Um porco se acabando pelo chão
Arrebentou para sempre com a minha boa vida
Pai de santo bem avisou: tem cabeça de bode enterrade

Nesse chão, precisa botar uma garrafa de cachaça
Na porta e pedir prá entrar, nós pensemo e tal e
Acabamos não pedindo coisa nenhuma
E todos os dias a gente se emborrachava
Com a dita cuja cachaça

Até que um dia sem aviso nem pré aviso da coisa
Apareceu por lá uma tal de otalécia
Mulher de bom feitio, anca larga e coxa forte
Que começou logo dando pinta a todo o mundo

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Rico pobre, preto ou branco, surdo, aleijado ou corcundo
Inté deu pinta a cachorro que não era muito imundo
Isto falou depois o juvêncio e inté o escreveu

Mas estava eu dizendo
A dita criatura tinha os seus argumentos bem à vista
Mexe daqui sacoleja dali
E foi descendo uns calor pelo pessoal todo
Botando pai contra filho, irmão contra cunhado

Deus e o diabo tudo junto
Numa tremenda duma confusão vich
E sem se saber bem como explodiram os palavrão
Brilharam os facão, alguém querendo matar meu ovo

Desproteger-me as retaguarda
Quando de repente se ouviu um grito de morte
E pronto, foi-se o adoniram! furadinho sete vez

E foi assim minha gente
Não ficou nem um banquinho de pé
Apareceu logo a policia
Levou todo o mundo em cana e eu junto com eles

Um cara dizendo que fui eu que matei o morto
Eu protestando minha inocência
De qualquer forma eu protestando e veja lá você
Não é que me prenderam, acusaram, julgaram

E me convenceram da autoria do sucedido?
E aqui me tem você, eu mesmo, o próprio
Presente, em pessoa, pessoalmente
Lhe contando minha história
A tal que eu não queria contar ou talvez inté quisesse